By Soraya Santos

sábado, 27 de março de 2010


Mara Hope - para você que pensa que já viu tudo em Fortaleza


"Já se passaram 25 anos desde que o navio encalhou em Fortaleza. Até hoje, alguns grupos se organizam para conhecer a embarcação, que faz parte da história portuária da Capital. Ao subir no navio, a vista da cidade é única e encantadora
lucinthya@opovo.com.br 22 Mar 2010 - 01h03min


A cidade vai ficando para trás. Em frente, a aventura e a expectativa de conhecer o Mara Hope, navio petroleiro que encalhou na costa de Fortaleza há exatos 25 anos, completos ontem, dia 21 de março. Logo no início do passeio, o barco cruza com outras embarcações ancoradas na costa da cidade, cruza com jangadas de velas coloridas, passando também por pequenos barcos de pescadores. Olhando a cidade, aos poucos, os prédios vão encolhendo. O barco do grupo Mar do Ceará sai da avenida Beira Mar, na altura do número 4344, por volta das 15 horas. O trajeto até o Mara Hope dura cerca de 40 minutos. Os visitantes passam em frente à praia Mansa, dão a volta no naufrágio Amazonas e seguem em direção ao Mara Hope. ``Ele encalhou no dia 21 de março de 1985. Hoje é uma grande massa metálica no mar. A vida marinha foi povoando a embarcação e, hoje, é uma grande moradia de peixes e outros animais marinhos``, comenta o organizador do passeio, instrutor de mergulho Marcus Davis. O barco utilizado no passeio contorna o Mara Hope, que vai se tornando imenso aos olhos dos visitantes. Coletes salva-vidas, cordas e boias ajudam as pessoas a chegarem até lá. A subida é feita por uma escada por fora do grande navio. Lá em cima, as ferrugens são as provas do tempo e do abandono, mas a vista da cidade é uma bela recompensa. O céu, que estava nublado até então, abre uma brecha para o pôr-do-sol. ``Você vê a cidade de um ângulo diferente e acha a cidade cada vez mais bonita``, vibra a estudante Edjane Soares, 20. Aqueles que não sabem nadar ficam no barco, curtindo o vento e a vista privilegiada da cidade e do mar. Quem sabe nadar, mas não quer subir, tem a chance de nadar no entorno do barco. A parada no Mara Hope dura cerca de uma hora. Escrituras e pichações revelam que o navio não está tão abandonado assim. Vários grupos se organizam para fazerem o passeio, de barco ou nadando. ``Organizamos este passeio (de barco) desde setembro de 2009, mas começamos a vir em 2004, nadando``, lembra Marcus Davis. A descida do navio pode ocorrer pela mesma escada da subida, mas muitos preferem saltar no mar. A altura varia de oito a 12 metros, dependendo da maré. O designer gráfico Marcos Eleutério gostou tanto da aventura que realizou o salto duas vezes. ``Sempre tive vontade de conhecer o navio, mas os amigos não tinham a mesma empolgação``. No último sábado teve a oportunidade. ``Muita gente olha o navio e não sabe a história. O passeio é legal para conhecer e por ver a cidade de fora para dentro``, descreve. Talvez por isso, o passeio atraia pessoas de diversas idades. O retorno é tão encantador quanto a ida, porém, com o mérito do pôr-do-sol.
HISTÓRIA DO NAVIO
> 1967: O navio Mara Hope, que está encalhado em Fortaleza, foi fabricado pelo estaleiro espanhol Astilleros de Cádiz. Também se chamou Juan de Austria e Asian Glory. Pertenceu às empresas Naviera Ibérica, Bona Shipping, Carpathia Trading e Commercial Maritime.
>1983: Um incêndio atinge a casa de máquinas do navio, ancorado em Port Neches, no Texas. Foram quatro dias de fogo e uma explosão. Havia 40 tripulantes, mas todos deixaram o navio sem sofrer nada.
> 1984: O Mara Hope deixou Port Neches rebocado pela embarcação Progress II, em 20 de novembro. O destino era Kaohsiung, em Taiwan, para desmonte.
> 1985: O rebocador teve problemas mecânicos na costa brasileira, em 6 de março. O Mara Hope foi ancorado no Porto do Mucuripe e o Progress II seguiu para conserto no estaleiro Indústria Naval do Ceará.
> Em um temporal, com maré alta, os amarras do Mara Hope se romperam e a embarcação derivou uma milha até encalhar.
E-Mais:
O PASSEIO
> O barco sai da avenida Beira Mar, na altura do número 4 344, por volta das 15h. O trajeto até o Mara Hope dura cerca de 40 minutos e passa em frente à praia Mansa, dá a volta no naufrágio Amazonas e segue em direção ao navio.
> Chegando ao navio, o barco é ancorado numa distância de cerca de 20 metros. Os visitantes têm em torno de uma hora para nadar no em volta do barco e subir no Mara Hope.
Atenção! Aqueles que desejarem subir no navio ou adar nas proximidades, assinam um termo de responsabilidade, confirmando que sabem nadar, que estão com vacina antitetânica em dia.
> A equipe de organizadores é formada por cerca de 10 pessoas com experiência em mergulho. Alguns são inclusive instrutores.
> Para a segurança de todos, os organizadores unem as embarcações por uma corda, para facilitar o acesso dos visitantes, cada um com colete salva-vidas. A subida até o navio é feita por uma escada, apenas uma pessoa por vez.
> Lá em cima, os visitantes fazem o passeio descalços e, por isso, é preciso ter atenção redobrada com a ferrugem para não se machucar. Os buracos existentes são sinalizados.
> A descida pode ser feita pela mesma escada, mas boa parte dos visitantes opta por pular no mar. A altura varia de oito a 12 metros, dependendo da maré.
> A volta também dura em torno de 40 minutos. O barco faz um percurso mais próximo à costa de Fortaleza. A previsão de chegada no mesmo local do embarque é 18 horas.
SAIBA COMO FAZER O PASSEIO AO MARA HOPE
>Os passeios realizados pelo grupo Mar do Ceará são esporádicos, não têm data certa para ocorrer. Para se informar sobre as próximas datas, o interessado pode acompanhar as novidades do grupo pela internet, no blog: http://www.mardoceara.blogspot.com/.
> Lá tem ainda informações sobre o mar, naufrágios e esportes relacionados a mergulho no Estado e no Brasil. Com o grupo Mar do Ceará, o passeio custa R$ 30 por pessoa. No barco que leva até o Mara Hope, é possível transitar livremente.
> Há venda de água, refrigerante e bebida alcoólica. Mas quem consome bebida alcoólica na ida até o Mara Hope não pode subir no navio."

Acho que não vou poder visitá-lo tão cedo, ou pelo menos terei que aprender a nadar antes para não correr risco de morrer afogada já que estou com minhas vacinas antitetânicas em dia.

Fonte: opovoonline.uol.com
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